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Valério é condenado por sonegação fiscal |
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Operador do mensalão pegou quatro anos em regime aberto belo horizonte Condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter operado o mensalão, Marcos Valério recebeu ontem nova condenação, desta vez por sonegação fiscal. Valério foi condenado pela Justiça Federal em Belo Horizonte a quatro anos, em regime aberto. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Valério e sua mulher, Renilda Santiago, omitiram informações e prestaram declarações falsas de Imposto de Renda à Receita Federal, entre 2001 e 2002. O valor sonegado seria de aproximadamente R$ 5 milhões. No segundo semestre de 2005, pouco tempo depois do descobrimento do esquema do mensalão, o casal retificou as declarações. Entretanto, a Justiça Federal decidiu que persistiram os mesmos vícios das declarações originais. Valério ainda poderá recorrer da sentença. Renilda Santiago foi absolvida da acusação. De acordo com a sentença, o débito ainda não foi pago nem parcelado. O casal, segundo as investigações, não conseguiu comprovar a origem dos recursos milionários movimentados em mais de oito contas bancárias distintas, além de terem prestado informações falsas para enganar o Fisco. "Os réus efetivamente reduziram e suprimiram o pagamento de tributo - Imposto de Renda - mediante a omissão de informações e prestação de declarações falsas ao ensejo da apresentação das declarações conjuntas do Imposto de Renda referentes aos anos-calendário 2001 e 2002", diz a sentença. "Em hipóteses desse jaez, em que a evasão atinge vultosa quantia, resta indene de dúvidas a configuração do grave dano à coletividade. O dano causado pela infração penal ultrapassou o Fisco e atingiu a própria sociedade, que foi privada de obras públicas e serviços essenciais custeados por impostos e inviabilizados pela evasão", completa o texto da decisão. Procurado, o advogado de Valério não atendeu os telefonemas do GLOBO até o fechamento desta edição. Valério é réu em pelo menos dez ações criminais na Justiça Federal em Minas, além de outros cinco processos criminais na Justiça estadual mineira e de outro no Judiciário baiano. (O Globo) |